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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA - A ETAPA MAIS ESPERADA PELOS ALUNOS

Para chegarmos nessa etapa, muitas outras atividades foram desenvolvidas anteriormente, entre elas:


  • Apreciação de gibis no CEDIC ( Biblioteca);
  • Apresentação do significado de cada balão;

  • Apresentação das onomatopeias ( etapa que exige um pouco mais de dedicação);


  • Criação em folha de sulfite de uma história em quadrinhos com linguagem não-verbal (além da coerência das imagens, observar a criação das paisagens, principalmente a sobreposição das imagens;

  • Criação da história em quadrinho no computador utilizando o Programa HAGAQUÊ. Nessa etapa, deixe os alunos à vontade, principalmente na escrita. Erros ortográficos e de concordância, ou mesmo ajustes de parágrafos ou letras maiúsculas e minúsculas devem ser ajustados por etapas, pois caso contrário, a criança poderá perder o foco.

















  • Demonstração no laboratório de informática do site www.toondoo.com (onde eles poderão criar suas contas e criar suas H.Q's a qualquer momento, tanto na escola, quanto em casa.

Nesse layout vocês podem ter um melhor entendimento do funcionamento do site Toondoo.com . Nele a criatividade da criança é explorada ao máximo, pois ela poderá criar seu personagem, modificando sua fisionomia física, vestuário, paisagem e muito mais, além de desenvolver a escrita ( paragrafação, uso de inicial maiúscula, ter coesão na sequência as tirinhas, etc.)

sábado, 22 de outubro de 2011

CORDELISTA: Rodolfo Coelho Cavalcanti ( BIOGRAFIA)



Rodolfo Coelho Cavalcanti 




     Rodolfo Coelho Cavalcanti nasceu em Rio Largo (AL) em 1919. Entretanto, consta do 
registro de nascimento a data de 1917. Filho de Arthur de Holanda Cavalcante e Maria 
Coelho Cavalcante, foi criado pelos avós maternos até os 8 anos, quando retorna à casa dos 
pais. As constantes mudanças entre Maceió e Rio Largo o obrigaram a trabalhar para ajudar 
no sustento familiar.  Adolescente, percorre parte do Norte e Nordeste, atuando como camelô, palhaço de circo, dentre outras atividades. Desde essa fase, já se faz notar como bom versejador, participando de pastoris, cheganças e reisados.


Defensor dos poetas 

     Em Parnaíba (PI), adquire folhetos do poeta e editor João Martins de Athayde para revender, começando assim sua vida de folheteiro. Instala-se em Salvador (BA), em 1945, firmando-se como defensor e líder da classe de poetas. Publica folheto dedicado ao governador Otávio Mangabeira, que libera poetas, cantadores e folheteiros da proibição de comercializarem seus produtos em praças públicas. Publicou principalmente em Salvador e Jequié; formou uma vasta rede de agentes distribuidores em todo o Nordeste, editou também na Prelúdio (SP). Realizou na Bahia, em 1955, o I Congresso Nacional de  Trovadores e Violeiros. Como jornalista, fundou alguns periódicos, como  A Voz do Trovador,  O Trovador e  Brasil Poético.  Percorreu vários temas da literatura de cordel, os mais  recorrentes foram os abecês, biografias, cantorias e fatos do cotidiano. Foi também tema de vários poetas e pesquisadores da literatura de cordel.  

Folhetos artesanais 

    Seus folhetos, em sua maioria, de oito páginas, com capas em xilogravuras ou clichês, eram confeccionados artesanalmente, com a ajuda dos filhos. Somente a impressão era feita em tipografias.   Publica o primeiro folheto, Os clamores dos incêndios, em Teresina. Publica o ABC de Otávio Mangabeira, em 1949;  ABC da praça Cayrú, [19--];  ABC de Getúlio Vargas, [19--]. Seu primeiro grande sucesso de vendas foi A volta de Getúlio, de 1950. Na Prelúdio (SP), os folhetos ABC dos namorados, do Amor, do Beijo e da Dança e  A Chegada de Lampião no Céu, ambos em 1959. Morreu em 1986. Pouco antes, enviou trova para o II Concurso de Trovas de Belém do Pará: “Quando este mundo eu deixar / A ninguém direi adeus / Dos poetas quero levar / Suas trovas para Deus.” 



     Nesse site você terá acesso  à Biografia  de Rodolfo Coelho Cavalcanti e um acervo digitalizado  com  mais de  500 folhetos (6.012 páginas) que podem ser consultados por títulos. local de publicação, editora/tipografia, datas e assuntos, listados no Vocabulário de cordel.
     É possível também obter informações da 1ª e 2ª gerações de cordelistas e muito mais.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CORDEL - DEFINIÇÃO EM VÍDEO (PARTE 1)


PARTE 1

O primeiro passo dado para iniciar o trabalho com poesia de cordel foi fazer uma pesquisa com a minha turma e o resultado foi o que eu esperava: nenhum deles sabia o seu  verdadeiro significado. A única vez em que ouviram falar essa palavra tinha sido em nome de novela. Percebi então a importância deles terem um contato concreto com esse gênero e apresentei-lhes repentes e cordéis em forma de áudio e também em  vídeo.Segue abaixo uma super reportagem apresentada no programa GLOBO RURAL que enriqueceu muito as minhas aulas  e espero que contribua também com as de vocês!


LEMBRE-SE: é importantíssimo que as 3 partes dessa reportagem sejam assistidas com antecedência e  feita uma pesquisa aprofundada sobre PATATIVA DO ASSARÉ, que sem dúvida alguma, é referência no cordel brasileiro. Aproveitem e também pesquisem sobre XILOGRAVURA e todo o processo de impressão dos cordéis de varal.

FONTE: youtube.com ( Programa Globo Rural - GLOBO TV








Saber a origem dos cordéis, conhecer a diferença entre repente e cordel,   será mais um passo importante  nesse mundo fantástico das  poesias e rimas. Confira nesse vídeo abaixo:


PARTE 2



FONTE: youtube.com ( Programa Globo Rural - GLOBO TV



     Após a exibição desses 3 vídeos, faça uma roda de discussão com seus alunos. Observe suas reações e estimule-os a comentarem suas sensações. Proponham que façam uma paródia de algum cordel do PATATIVA DO ASSARÉ. Não esqueça-se que antes disso, é importantíssimo oferecer subsídios e repertórios audiovisuais. Postarei em breve vídeos e aúdio de repentes e cordéis para que auxilie nessa etapa. Valorizem também em Ciências Naturais e sociais os aspectos físicos, políticos e geográficos da região Nordeste e aproveite o tema para falar da importância da água e de sua escassez no interior nordestino.

CORDEL - Sugestão de VÍDEOS, ATIVIDADES E PRODUÇÕES ONLINE




     Para que o aluno comece a interessar-se pelos cordéis é necessária a apresentação desse gênero de poesia popular, mostrando a sua valorização sócio-cultural em grandes centros como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e em todas grandes capitais nordestinas. Apresentar os  3 vídeos postados aqui no blog, do programa Globo Rural (Rede Globo), fará com que haja um contato mais próximo da história e da atualidade desses famosos livretos populares, os quais já foram até anunciados como "mortos" há vinte anos, mas que resistiram toda essa globalização e estão mais fortes do que nunca.
      Após a apreciação desses vídeos, desenvolvam as atividades (postadas aqui no blog). Num segundo momento crie um cordel coletivo com a classe na sala de aula e depois surgira que eles montem em grupos. Depois dessa familiarização, apresente a eles o site citado logo abaixo, onde os alunos podem criar seus próprios cordéis online, o que gera um grande estímulo, pois passam a se sentir importantes e podem ver suas produções de qualquer local, além de mostrá-las para amigos e familiares.
     É super prático e fácil utilizar esse site e acredito que seus aluno, assim como os meus, irão adorar!
Assim que sua turma produzir, me avise, pois será um enorme prazer apreciar suas produções!
 
 A ÁRVORE DO DINHEIRO

     A Árvore do Dinheiro é uma animação desenvolvida para ser vista através de um navegador de internet, sendo a vencedora do Anima Mundi Web de 2002.
Foi dirigida por Marcos Buccini e Diego Credidio e produzida pela Quattor. A idéia dos designers da Quattor, Marcos Buccini, Diego Credidio, Luciana De Mari e Isabella Aragão, era fazer uma animação utilizando as principais características da literatura de Cordel - a simplicidade e a originalidade.

Produção

     Todo o processo de criação foi orientado por pesquisas que foram feitas em Cordeis originais. Procurou-se manter a perspectiva 2D que as ilustrações do Cordel possuem e também os traços peculiares do método Xilo, pelo qual são impressas. O principal desafio enfrentado foi manter essas características desenvolvendo a animação em Shockwave Flash.
     Não era desejado que parecesse algo mal feito, também não se desejava que houvesse movimentos sofisticados demais.
     Feita a animação propriamente dita, passou-se para a fase de sonorização. Para narrar os versos foram convidados Sandrelly, da banda de forró Pé d'Cana. Os usuários do MadMud, William P. e Leo D., foram os responsáveis por gravar a narração e compor a música.




A narrativa a seguir é contada através de versos em sextilha e imagens animadas a partir da técnica da xilogravura.
“Há muito tempo atrásNo sertão nordestino Um cabra de nome José Se apaixonou feito menino Por Maria filha de um coroné De nome chamado Agripino
Maria e José às escondidas Viviam num chamego arretado Mas depois da missa no fim do dia A menina com o coração apertado Disse a triste notícia: Seu destino já estava traçado
Seu pai já a tinha encomendado Para Bento, filho do cumpade da região Ao saber José subiu o morro até a beirada E rezando com muita devoção Disse que faria qualquer coisa Para ter muito dinheiro na mão
José tinha decidido pular Quando um homem de capuz e manto se aproximou Dizendo que o podia ajudar José prontamente em voz alta retrucou Quem ele era? Aonde queria chegar?
O homem misterioso explicou: Sou apenas um amigo E vim te socorrer Plante essa semente na noite de lua cheia E no outro dia você vai ver Riquezas e prosperidades dinheiro para dar e vender
Chegou o dia da lua cheia E José fez o que o estranho pediu Plantou a semente no local Onde o acesso ninguém nunca viu No outro dia foi verificar A pequena árvore que surgiu
No lugar das flores e dos frutos A árvore deu muito dinheiro José começou a colher tudo E deixou os bolsos cheios E correndo à cidade comprou Roupa boa e água de cheiro
Em um mês Maria se casou Não com o Bento, filho do cumpade E sim com quem sempre amou José, agora com terra pela cidade Um cabra rico se transformou Com muito poder e prosperidade
José se transformou no mais rico do sertão Suas terras eram tão extensas Que se perdiam da visão E com um arame de espessura densa Restringiu o acesso da população A árvore que cuidava com tanta veemência
Eles tiveram filhos E foram felizes assim por muito tempo Dinheiro, poder e muito brilho Nada melhor para o seu contentamento Mais um dia a árvore morta amanheceu E José se espantou com o acontecimento
Já tendo tudo que queria Resolveu tocar a vida Sem muita preocupação Porém, José não sabia da real situação Foi quando um barulho forte à sua porta Chamou sua atenção
José pegou sua espingarda E se dirigiu até o portão Quando avistou o encapuzado Que tinha oferecido a semente da salvação E perguntou ao desgraçado O que ele queria então
O homem veio cobrar a dívida E José indagando irado com a questão Parou quando o cabra tirou o capuz e disse: Sua alma é a negociação José assustado deu um passo atrás e percebeu Que se tratava do próprio Satanás
José então desapareceu e ninguém Nunca mais o veria Mas dizem que em noite de lua Nas madrugadas mais frias Pode-se ouvir os gritos de José Chamando por Maria”.
Da Árvore do Dinheiro à Moral das Histórias
O homem contemporâneo se apresenta como um ser narcisista e individualista porque só se interessa por si, não sendo um ser coletivo preocupado com a comunidade. Temos na obra clássica da literatura ocidental e medieval o anti-herói Fausto que obcecado pela sede do saber, firma um pacto com o demônio, Mefistófeles, cuja aliança o conduzirá aos prazeres do conhecimento, da vida e do amor, representando na sua narrativa de anti-herói o homem contemporâneo, moderno.
Fausto aspira, acima de tudo, viver a felicidade. Tão remota lhe parece essa possibilidade, que ele se dispõe a entregar a alma ao demônio em troca de uma vivência, embora breve, desse sentimento. E como um anjo das trevas, o terrível Mefistófeles, domina a alma de Fausto, homem que é o símbolo de uma humanidade que errou procurando um caminho que a levasse ao ideal desesperadamente buscado. E como no nosso objeto empírico, Fausto deverá, no entanto, pagar um preço a Mefistófeles: entregar-se a ele. Nesse instante, o Diabo terá vencido Deus.
Na modernidade, há uma desvalorização de conceitos tradicionais como verdade, povo, nação, amor, respeito e família. O Deus, único dos católicos é tido como morto, a instituição do casamento é tida como instituição quebrável, as lojas de sex shop são onde se compra o fetiche e o prazer sexual e a Internet é o veículo de comunicação interpessoal de negócios, divertimento e informação. A arte e a literatura não escapam desta nova lógica, constituindo toda uma nova gramática. A cultura do ornamento e do signo, pastiche, revivals , ecletismo são alguns elementos desta nova composição.
A produção áudio-visual, da qual a animação faz parte, reflete o que já está permitido, então as pessoas introjetam estes novos valores. A característica do homem moderno construído através da mídia é que ele se permite experimentar, ele é contagiado com as novas formas de pensar e viver, este novo homem é capaz de transformar a tradição e partir para modernizá-la. A coragem deste enfrentamento pode servir como parâmetro de comparação com a atitude do protagonista que vive a jornada a seguir comentada, arcando com as mais diversas conseqüências.
Pode-se analisar, no vídeo, “A Árvore do Dinheiro”, que a narrativa dá-se no momento histórico do coronelismo do sertão nordestino. José, um rapaz humilde, em seu Mundo comum, apaixona-se por Maria, filha de um coronel. Percebe-se que o amor de José por Maria é o amor cortês que foi difundido na Europa no século XII,
“contemporaneamente aos lais bretões que atraiam o gosto das cortes para as emoções do amor e do maravilhoso feérico, surge o romance cortês, também de matéria bretã, o qual acaba por substituir as canções de gesta carolíngeas no gosto do público culto. A voga do romance cortês nas cortes européias teve início na corte de Marie de France, na Champagne”( Coelho, 2003:60-61).
O protagonista da história recebe o Chamado à aventura quando sabe, por Maria depois da missa, que a mesma foi oferecida por seu pai para casar com outro rapaz. Rituais católicos – missa e casamento – pontuam como Arautos a jornada de José, chamando-o para entrar na aventura.
José na angústia de perder sua amada (deuteragonista – personagem secundária na trama), vai rezar no morro pedindo a Deus uma solução e se colocando à disposição até mesmo para a Morte (suicídio). Como Moisés e Jesus rezaram no morro, José encontra neste lugar resignação e a solução.
Neste momento, o protagonista é abordado por um “estranho” que assume o arquétipo de Camaleão, transvestindo-se de homem misterioso portando capuz e cajado que se revela ao final da trama como o próprio Satanás.
O “estranho” também assume o papel de anti-mentor aconselhando o protagonista a plantar uma semente em noite de lua cheia que irá solucionar seu problema: obter riqueza, prosperidade e assim, podendo casar-se com Maria, seu grande amor. Esta característica de anti-mentor é ressaltada pelo presente mágico - a semente - que vai conduzir o herói a uma conduta que privilegia a ganância e o poder. Que representa, neste caso, o poder no sertão: terra, gado e dinheiro, tudo cercado por José. Contudo, esta semente além de trazer a “salvação” também vai representar a sua desgraça, pois o Satanás cobrará a dívida não negociada: a alma pela semente. O pacto com o Diabo travado por José é o mesmo que Fausto realiza com Mefistófeles.
Com a união de José e Maria, nota-se a vida harmoniosa e feliz do casal que tem filhos e cultiva uma árvore que em vez de produzir frutos, dá dinheiro. Esta árvore além de Aliada de José pode ser interpretada como presente mágico do anti-mentor xamã – possuidor de poderes sobrenaturais.
A etapa da Aproximação da caverna oculta é iniciada quando José percebe que a árvore morreu. Este evento, na verdade, é um prenúncio do porvir de José. Mesmo assim, o herói continua sua vida normalmente, mas sua Provação ainda virá. O encontro de José com o Sombra – seu antagonista – marca esta etapa. O confronto de José com o Diabo é realizado através da cobrança da dívida pendente.
Ao final da narrativa José desaparece com o diabo fazendo-se ouvir nas noites frias de lua cheia gritando por Maria. Nota-se um final infeliz marcado pela punição do herói por seus atos indevidos.
O narrador da história é onisciente neutro – aquele que narra “de cima”, adotando um ponto de vista divino, que sabe do começo, meio e fim da história. Representando, portanto, a consciência cristã que transmite a moral e os bons costumes aos interlocutores. No entanto, não interfere com instruções ou comentários sobre o comportamento das personagens. (Leite, 1987).
O vídeo é todo em preto e branco exceto em algumas passagens da história quando a cor vermelha recebe destaque nos grafismos em formato de coração. Estes momentos são percebidos quando José avista Maria com o pai no carro de boi e se apaixona feito menino; na flor que José dá para Maria na época do namoro e na representação do amor dos filhos. Finalizando a utilização do vermelho como cor de destaque, o Satanás apresenta-se a José na cor vermelha simbolicamente relacionada à paixão, dor, sexo e sangue.
O momento mítico da noite de lua cheia ressaltado também na trama pontua duas passagens relevantes: o plantio da semente mágica – onde a problematização da história inicia-se - e na transformação da história de José em lenda marcada por seus gritos chamando por Maria – finalizando a história e imprimindo a aura de mistério e medo da punição divina.~

O CORDEL E SUA ORIGEM

     






Resolvi trabalhar com os cordéis, após um momento de reflexão, onde percebi o tão pouco que eu explorava as rimas em minhas aulas. Então, iniciei pesquisas e fiz uma junção de atividades, cordéis e vídeos que colaboraram e muito no planejamento dessas aulas. Não tem nada de inovador nessas aulas, apenas  me aprofundei ao máximo, colhendo todos os tipos de informações, vendo e ouvindo as mais variadas composições para que pudesse conduzir minhas aulas com maior propriedade e, como recompensa, pude ver meus alunos interpretando esses cordéis de forma única comovente. Em breve postarei os vídeos dessas apresentações.
     Segue abaixo um pequeno resumo da origem dos cordéis:

  Originária de Portugal, onde os poetas eram denominados trovadores que, quando declamavam eram acompanhados por uma viola tocada por eles mesmos, onde a cultura do trovadorismo era apresentada para o povo cantando o amor, seus costumes e acontecimentos da época.
  Já no Brasil, ela é muito mais difundida no Nordeste, porém em grandes centros econômicos, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a literatura de cordel é uma poesia popular que surgiu primeiramente na oralidade e depois passou a ser impressa em folhetos rústicos, pendurados para venda em cordões, na forma de varal.


     Características: esquema de rimas, geralmente ABCBDB. E alguns poemas recebem ilustrações relacionadas aos versos. As estrofes podem ser de seis, oito ou dez versos, sendo que os de dez são os mais comuns. Os cordelistas recitam os versos com melodias acompanhados da viola, mas tambem declamam e fazem leituras entusiasmadas para cativar o publico e induzi-los a compra. Uma silaba métrica é chamada de pé, e para que o texto fique rimado de forma correta devem-se ter sete silabas poéticas cada verso, e evitar o chamado “pé quebrado”, mas há os que têm seis, oito, dez ou doze sílabas.


     No Brasil, prevalece a forma poética à prosa, preferentemente em redondilha maior(versos de sete sílabas contadas até a última tônica) e seis "pés" (versos), portanto a sextilha. As rimas ocorrem no segundo, quarto e sexto pés: ABCBDB.

         O Reino do Barro Branco 
         é defronte uma colina 
         cortada por quatro rios 
         de água potável e fina 
         fica nos confins da Ásia 
         bem perto da Palestina.

Livreto de cordel
Livretos de Literatura de Cordel.
     Confecção dos livretos: a fabricação dos livretos é praticamente manual e feita pelo próprio autor. Normalmente contem de oito a trinta e duas páginas, que medem 11x16cm, a maioria é confeccionado artesanalmente, mas há poetas que tiveram seus livros publicados por editoras como Leandro Gomes de Barros e João Martins de Atahyde, que vendem e reeditam os livros.A capa é feita em xilogravura, que é um trabalho artesanal onde sua matriz é de madeira, um processo idêntico ao de um carimbo. Mas a capa também pode ser uma foto ou um desenho que resuma o texto, mostrando o principal da obra.


     Temática: é basicamente voltado para acontecimentos do cotidiano, contando historias de amor, luta, crenças populares, mistério, enfim é uma reflexão sobre a sociedade. É a maneira de expressar a originalidade de um povo, de uma terra, dos costumes e da luta diária em busca da felicidade e do fim da fome e da miséria em que vivem.
É vendido em feiras e bancas de jornal, revistas ou mesmo com o próprio autor, por ser de baixo custo é fácil de ser adquirido. Vale a pena conhecer mais sobre essa literatura simples, mas rica em conhecimento.

     Fonte: http://www.zun.com.br